domingo, setembro 27, 2009

O futuro da nação (jornalística - mais desunida que panelinha em time de futebol)

Não vou ficar viajando aqui, vou só contar histórias. Histórias, e não estórias. Só não vou citar nomes.

Ano passado eu trabalhava, estagiava na área. Era repórter, teoricamente. De internet. Ganhava mal, partido em duas vezes no mês, e trabalha MUITO², muitas vezes de madrugada, e meus plantões de fim de semana eram os maiores da redação, com eu vendo as pessoas chegarem e saírem e eu lá.

Não posso reclamar tanto, lá fiz amigos como o Bigode, a Aninha e o Mulecadinha. O primeiro e o último chefiados, assim como eu, pelo Nen. Amigos mesmo com a distância, eu considero, e sinto saudades. Gostava do ambiente e das pessoas, apesar de trabalhar demais (isso nunca será problema pra mim, desde que paguem o equivalente).

Mas hoje fiquei feliz e chateado com uma notícia. O Mulecadinha estava desempregado há quase tanto tempo quanto eu, saiu da agência um mês ou dois depois de mim (eu saí em outubro/08). Mas, depois de uns 2 meses sem falar com ele, descobri que conseguiu um emprego! Aí a pergunta: Por que feliz e chateado?

Fiquei feliz porque ele conseguiu um emprego, isso só seria ruim se fosse para o Seu Madruga... Mas fiquei chateado porque não é um emprego na área (jornalismo). Sendo que ele já é formado, sempre foi responsável e, assim como eu e o Bigode, cansou de fazer o trabalho dos outros e se ferrar em plantões longos e/ou noturnos e de madrugada.

É óbvio que é bom ele ter conseguido o emprego. Foi tão bom pra ele que inclusive já desencanou de jornalismo, e muito provavelmente iniciará outra faculdade ano que vem, não sei ainda qual curso em que área. Estou sim muito feliz, parabéns, Mulecada.

Mas agora temo muito pelo futuro que me aguarda.
Aninha também é formada, conseguiu desde o ano passado emprego em uma assessoria, mas ganha não tão bem e por muitas vezes está de saco cheio. Esses dias quase se demitiu, faltou coragem. Eu vivi assim por semanas até, quando estagiava. Entendo o que ela passou.
Bigode mudou de emprego recentemente, mas também sofreu bastante quando mudou de estágio ao sair da agência.
O Nen continua lá, chefiando os estagiários de seu setor específico. Já faz isso há mais ou menos cinco anos.

No entanto, NENHUM de nós tinha carteira assinada. E nenhum de nós tem, acredito, a garantia de que poderá estar (e feliz) no mesmo emprego daqui a cinco anos. Não sei se estou errado nas minhas projeções, aliás, é bem provável que sim, é o que mais acontece. Mas o que eu queria, o meu projeto de vida, é mudar de emprego o menos possível até aposentar.
Encontrar um que me satisfaça profissional e financeiramente, se possível desde já, enquanto sou estudante. Já não faço mais questão que seja na área esportiva (só não sou preparado nas outras editorias como no esporte).
Mas quero emprego.

Começo a pensar seriamente em proceder como o Mulecadinha... Quase o fiz ano passado, de tão desencanado de jornalismo que estava. Resultado: esse ano curso apenas quatro de dez matérias, que já fiz ano passado. 90% da razão é por essa falta de perspectiva no mercado de trabalho para essa área.

Com tanto jornalista ruim em meio a meia dúzia de bons, será que só QI preenche as necessidades das empresas hoje em dia?

Um comentário:

Diego disse...

Cara, fiquei até emocionado com o post. Mas chateado tb com a desilusão da maioria, principalmente dos amigos.

É triste ver que o 'desencanar' é o que acontece com muito.

Abs